04 janeiro 2021

Quem sou?

Tem dias que eu queria nunca ter parado de escrever. Quando eu vejo meu blog inativo for tanto tempo eu penso o quão distante eu estive de mim mesma. Eu lembro que escrevia para descarregar as emoções quando elas não podiam ser expressas de outra forma. Às vezes eu penso se eu perdi o interesse pela escrita por que eu não tenho mais nada a dizer ou simplesmente fui me calando e esquecendo a importância desse espaço para mim.

Eu escrevo um paragrafo e paro. Estou tanto tempo ausente que me cansa pensar em tudo que já aconteceu e planejar  um resumo. Sinto como se minha voz estivesse fraca e que criar qualquer tipo de estrutura é difícil. Eu já não quero brincar com as palavras, esconder minhas inseguranças ou sonhar com o absurdo. Eu quero me reencontrar no agora! Eu quero ocupar o meu espaço no mundo e despertar o meu eu criativo. Viver sem refletir para mim é como andar sem rumo.

07 março 2019

De dentro



Erupção... ERUPÇÃO
erupção, erupção, erupção
explosão

Explosão... de dentro
atravessa a pele
mancha, mancha, mancha
manifestação

EXPLOSÃO
escorre pelos braços
manifestação
paleta, paleta, paleta




10 fevereiro 2019

A vergonha

Vocês conhecem a senhora Vergonha? Eu a conheço. Ela geralmente aparece quando entro em contato com algo do passado. Ainda bem que é o futuro que a reconhece e não o presente. Se o presente a reconhecesse como o futuro a reconhece, então eu não teria feito muita coisa. Mas, o que é a vergonha como sentimento, sensação? Será um julgamento de si mesmo, ou o medo do julgamento dos outros a respeito de nós mesmos?  Por que, por exemplo, quando leio algo que escrevi no passado sinto como se fosse outra pessoa, mas ainda assim sinto vergonha? Sinto vergonha por algo que fiz e que era apenas uma expressão de mim mesma. Sem danos a terceiros, podemos dizer que então a vergonha não passa de uma tia chata querendo nos fazer sentir mal por quem fomos?

Pois então, 'tia', não somos perfeitos.

02 fevereiro 2019

Ik spreek geen nederlands...

Aos moldes do "I don't speak english", começo esse post com "eu não falo holandês". Morei quatro anos nos Países Baixos, e essa frase ainda soa um tanto surpreendente para quem nunca viveu na Holanda. Ou noutro país em que a maior parte da população tem um bom dominío da língua inglesa (como segunda língua).  

Minhas duas ou três tentativas em aprender o idioma não duraram muito. No meio tempo eu resolvi aprender italiano, e iniciar duas línguas ao mesmo tempo requer mais dedicação do que eu poderia dar. Hoje, sinto-me confiante com o meu italiano o suficiente para começar do (quase)  zero uma outra língua. Do holandês, conheço algumas palavras que aprendi ou por osmose ou por necessidade. Por exemplo, eu sei que vrouw é mulher, man é homem e kind é criança.   

Uma boa lição que estudar italiano me ensinou foi que é possível aprender uma nova língua estrangeira depois de adulto sem ter que passar 10 anos em cursos presenciais. A impressão que eu tinha pelo menos a partir da minha experiência com o inglês (e de outros colegas) é que era preciso uma vida escolar (de curso após curso) para adquirir uma nova língua. E isso não é bem verdade...

Então, hoje, com toda essa positividade em mente e com um olhar diferente sobre a Holanda, resolvi retomar os estudos do holandês. Talvez depois de alguns meses eu possa escrever um post "Ik spreek nederlands" e será bastante gratificante observar essa metamorfose. 


29 janeiro 2019

"Parli italiano?"

Há quatro anos atrás eu responderia que não. Até a metade do ano de 2015 eu não tinha interesse algum em aprender a língua italiana. A imagem mais marcante, e por isso talvez desinteressante, que eu tinha em relação ao italiano era do Tony Ramos fazendo trejeitos em novelas da globo que retratavam a vida na Itália ou imigração dos italianos para o Brasil. Hoje, relembro e realmente era tosco, bem caricato. 

A minha relação com a língua mudou de fato quando estive pela primeira vez na Itália. Fui participar de uma escola de primavera em Capri, uma pequena ilha perto de Napoli. Eu tinha zero expectativas em relação a viagem, ou ao local e me surpreendi positivamente. Fiquei fascinada com a sonoridade da língua, e as pessoas com quem tive contato lá foram bem simpáticas e prestativas. Compreendi várias similaridades entre a minha própria cultura e a deles. Após essa viagem decidi que aprenderia italiano. 

Desde então, entre idas e vindas, tenho estabelecido uma conexão, um relacionamento com a língua. Comecei meus estudos dessa que seria a minha segunda língua estrangeira (sem grandes pretensões) através do duolingo, uma plataforma online de aprendizado.  O resultado foi bem positivo, consegui manter a rotina de estudos e finalizar a àrvore do 'jogo'. Cheguei a procurar outras fontes de aprendizado, como cursos presenciais, mas estavam fora do meu orçamento. Assim, resolvi me aprofundar na cultura italiana através de filmes e, principalmente, da música. Dessa forma pude aprimorar as minha habilidades auditivas (?) -- listening.

As amizades que tive com italianos enquanto morei na Holanda também foram importantes para que eu estivesse em contato com a língua uma vez ou outra. Então, através dessas amizades, acabei encontrando meu atual namorado e as visitas à Itália se tornaram mais frequentes e pude praticar uma coisa aqui ou ali. Durante o tempo que não estive estudando formalmente a língua esse contato me fez manter o interesse. Afinal, todo mundo que já tentou aprender uma língua estrangeira sabe o quão demorado é o processo e que exige um compromisso frequente para que não se esqueça o que já aprendeu.

Hoje, meu italiano está em sua melhor forma, estou focada nos estudos de gramática, já consigo escrever decentemente e manter algum tipo de conversa. Leio textos sem grandes problemas e entendo muito do que falam. Mas estou longe de terminar o aprendizado, e acredito que o aprendizado nunca vai terminar enquanto eu estiver viva. Tenho 28 anos de língua portuguesa e não sei tudo, não é mesmo? Ninguém sabe. Uma coisa é certa, essa experiência me mostrou que posso aprender outras línguas estrangeiras e já tenho algumas em mente pro futuro, e... sì, oggi, io lo parlo.

25 janeiro 2019

Nada como voltar à antiga casa

Estive relembrando como era bom escrever por escrever. Não lembrava que esse blog existe desde 2009! São dez anos de existência ainda que eu não tenha postado quase nada nos últimos anos (motivo? doutorado). Mas cá estou. Mais uma tentativa de encontrar-me.

Vivi tanta coisa que preciso escrever sobre. Quase como uma necessidade de explorar todas as camadas da pessoa que fui, e da pessoa que sou atualmente. Escrever me ajuda bastante a refletir sobre a vida. Olhar para textos passados me proporciona grandes surpresas. Entro em contato com uma pessoa que não mais existe, mas que deixou sua marca ainda que simplória.

Tenho novos sonhos hoje, novas ambições... um novo objetivo. Espero que meus textos possam inspirar pessoas que assim como eu gostam de escrever, mas por algum motivo estão atarefadas demais para seguir com seus hobbies. Hobbies? Tenho vários (parados).

Um grande 'Olá e fique a vontade' do meu novo Eu. 

15 novembro 2015

Aqueles dias

Hoje é um daqueles dias em que a inspiração bate na porta e pede pra entrar. No início parece uma tortura o que faço com meu cérebro para tentar produzir alguma coisa criativa. Uma vez iniciado o processo, seja bom ou ruim o resultado, começam a surgir desenhos aleatórios. Quando me dou conta estou gerando figuras sem ter ao menos pensado a respeito. Deixo o traço me guiar nesse caminho. Brotam um, dois, três, e tantos outros que nunca imaginei fazer.

Quem sou?

Tem dias que eu queria nunca ter parado de escrever. Quando eu vejo meu blog inativo for tanto tempo eu penso o quão distante eu estive de m...