A sobriedade é um desaforo.
Pouca-vergonha de poucos que desafiam a realidade estalando os dedos em situações reprováveis. Olhos cheios de fé são esvaziados de desconfiança. São delineados, impenetráveis, esculpidos para somente enxergar o brilho disfarçado. O senso não existe, tampouco a ética. Assim, as representações visuais dos que crêem tornam-se flashes de sorrisos, deixando as caretas escurecidas entre os intervalos das fotografias.
Num baile de máscaras a sobriedade é a própria face, exposta nua no meio de muitos resguardos. Às vezes, não é preciso nem de materiais, placas de acrílico ou pedaços de pano. Um único rosto pode ser centenas, mesmo que para causar estragos precise apenas ser dois. “Vítimas de Pinóquio”. As maquiagens são retocadas nos intervalos escurecidos. A verdadeira identidade nunca é conhecida.
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