Minha espinha lateja, e meu estômago parece se estreitar como se alguém estivesse entrelaçando com linha de costura dois pontos extremos, forçando-os a se aproximar. São mais de três da manhã em Brasília. A programação da tevê começa a exibir um filme natalino. Tudo parece tão mágico nesta época do ano. Ninguém tem problemas, ou investem na tentativa de esquecimento. Dezembros vão e vem. Sorrisos sinceros de crianças e atitudes falsas de adultos. Com o tempo você começa a enxergar o tudo. O tudo, na realidade, é a coleção de momentos.
Mexo de um lado para outro. Forço o travesseiro a permanecer numa posição menos incômoda. A sensação de cansaço do corpo parece não ser solucionada. Não consigo permanecer em pé. A gravidade pesa sobre minhas costas tensionadas. Em menos de dez minutos muita ação, sem muitos atrativos, e continuo a assisti-lo entre uma palavra e outra digitada. Sinceramente, não estou prestando atenção. Os dubladores falam um português grego.
Duas horas, estou sem sono.
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