28 março 2012

Dias cinzentos



Ela despertou com dificuldade ao observar que as nuvens cinzentas encobriam o sol. Embora tivesse chovido a madrugada inteira, não havia indícios de que fosse cessar tão cedo. Eram quase nove horas da manhã, entretanto, pela falta de expressividade do dia, se não houvesse um despertador por perto ela julgaria que ainda eram seis ou seis e meia. “Dia triste”, pensou consigo. Deixou a cama após conferir o horário e caminhou em passos leves até a geladeira. Foi em busca de algum biscoito para adocicar sua boca amarga e repor a falta de glicose. Já era um costume rotineiro pôr algo doce na boca antes de preparar o café da manhã. Pegou algumas torradas, pôs sobre elas um pedaço de queijo prato e colocou-as no micro-ondas. Enquanto preparava o café, sua mente processava lembranças tristes. O dia anterior não tinha sido dos melhores e os próximos também não prometiam divertimento ou distração.

Ainda que a saudade apertasse, não queria voltar atrás em sua decisão, sua racionalidade não permitiria. Voltar, arrepender-se do caminho tomado, não mudaria a situação, apenas amenizaria temporariamente uma sensação de solidão já presenciada. Novamente, os pensamentos confusos reapareceriam e a solução seria fugir de todo o conflito. Isto é, a história precisaria ser finalizada e ponto final. Ou então, a água continuaria a derramar-se sobre suas mãos como costumava acontecer... Os periódicos dias cinzentos.

Criatividade e amor

Estive lendo recentemente tópicos relacionados a criatividade e o porquê de muita gente se auto-caracterizar como "pouco criativo". À mim é uma questão muitíssimo interessante, pois ideias geniais para soluções de problemas surgem principalmente (para não dizer "exclusivamente") de mentes criativas. Também acredito que não é milagre algum, ou seja, boas ideias não brotam em cabeças vazias do nada, e que para ter uma mente aberta, bem imaginativa, é preciso trabalhar em cima deste objetivo. 

Um ponto que me chamou bastante a atenção, e que concordo, é como o meio afeta negativamente na nossa criatividade. Por exemplo, desde cedo somos inibidos nas mais diversas maneiras, se você é uma criança esperta e curiosa logo vão te moldar para ficar calada e só falar quando lhe for recomendado. Você acaba se tornando refém, fazendo parte de uma prisão imaginária. Perde a autonomia de pensamento se não resistir, é claro. Sem contar que a repressão faz com que você sinta vergonha de expor seus pensamentos e ideias, por mais interessantes que eles possam ser (e às vezes você não sabe disso).

Onde entra o amor? Pois então! O amor nos faz esquecer por um momento que tais barreiras existem. Você  pode fazer papel de ridículo, porque existe algo maior que te motiva a esquecer certos medos. Talvez seja por isso que libertamos mais nosso pensamento e deixamos fluir coisas tão bonitas. Muitos dizem que escrevem melhor quando estão amando, e não duvido disso. Mas é bem curioso que o amor (ou a perda dele) nos faça escrever melhor... Não é?

27 março 2012

Hoje


Mais uma xícara de café. Mais um dia. Mais uma dose de pensamentos perdidos. Mais a realidade tapeia-me  na cara. Mais eu tento ser racional. Mais eu gostaria de compartilhar histórias. Mais eu sinto que...

24 março 2012

Identidade?

Meu blog não tem uma identidade. Quero dizer... Não é focado em nenhum tema específico. Ou talvez seja: em mim. É o espelho do que eu gosto (ou não). Isto me faz pensar bastante. Observando outros blogs consolidados vejo que eles no mínimo possuem um tema central ao qual (quase) todas as postagens estão relacionadas. Tudo bem que eu posso encontrar conexões entre meus posts - dependendo do ângulo de observação. Mas não é exatamente o que define um blog temático. O por quê d'eu entrar nesta questão é a temporária falta de assunto ou posts interessantes. É claro que eu gostei de comentar sobre alguns assuntos por aqui e existem, se procurarem no histórico, posts interessantes, rs. No entanto, nos últimos tempos estou com uma seca de ideias e criatividade. Não sei como fui tão sugada. Enfim, acredito fortemente que blogs temáticos com uma identidade bem definida estão mais propensos a ter leitores assíduos, e, mesmo que digam o contrário, todos que publicam algo escrito em algum meio de comunicação esperam (ou pelo menos desejam) serem lidos. É normal. Se fosse o contrário seria um diário pessoal como os de antigamente.

17 março 2012

Sem nome

Construí este personagem baseando-me (como podem perceber) no estilo dos personagens humanos do desenho do Zé Colméia. Rabiscando, rabiscando e de repente surgiu. Não o nomeei ainda. 

09 março 2012

Chaplin

Uma caricatura um pouquinho antiga (ano passado), mas que gosto bastante. :)

05 março 2012

O pernambucano

Ilustração que fiz hoje. Ficou até bonitinho colorido... :)

03 março 2012

Noite de sexta-feira

A noite de sexta-feira chegou sem ruídos. Silenciosamente, como os dias que a antecederam, estabeleceu-se dentro de cada cômodo da casa. A sua vinda não me causava mais excitação, tampouco despertava-me anseios. Os dias de eufóricos pareciam ter cessado, como um dia eu imaginara que fosse acontecer. Foi o momento em que descobri a responsabilidade de conhecer profundamente o silêncio sem temê-lo. Em casa, pouco escutava-me falar. Entretanto, a aparente calmaria era decorrente de um gigantesco turbilhão de pensamentos. Nada mais engrandecedor do que permanecer na própria companhia, sem qualquer interferência alheia. Assim, a sexta já não era tão especial quanto costumava ser. Situações além de meu controle eu lembrava com dificuldade. Não queria revivê-las na imensidão do vazio que penetrava meus ouvidos. Não era o momento de questionar o passado. Às vezes precisamos atravessar completamente alguns caminhos para que outros sejam encontrados.

Quem sou?

Tem dias que eu queria nunca ter parado de escrever. Quando eu vejo meu blog inativo for tanto tempo eu penso o quão distante eu estive de m...