03 março 2012

Noite de sexta-feira

A noite de sexta-feira chegou sem ruídos. Silenciosamente, como os dias que a antecederam, estabeleceu-se dentro de cada cômodo da casa. A sua vinda não me causava mais excitação, tampouco despertava-me anseios. Os dias de eufóricos pareciam ter cessado, como um dia eu imaginara que fosse acontecer. Foi o momento em que descobri a responsabilidade de conhecer profundamente o silêncio sem temê-lo. Em casa, pouco escutava-me falar. Entretanto, a aparente calmaria era decorrente de um gigantesco turbilhão de pensamentos. Nada mais engrandecedor do que permanecer na própria companhia, sem qualquer interferência alheia. Assim, a sexta já não era tão especial quanto costumava ser. Situações além de meu controle eu lembrava com dificuldade. Não queria revivê-las na imensidão do vazio que penetrava meus ouvidos. Não era o momento de questionar o passado. Às vezes precisamos atravessar completamente alguns caminhos para que outros sejam encontrados.

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