13 março 2010

Tolos e boçais.

Somente quando as luzes se apagam é que o espetáculo começa. As cortinas se abrem lentamente, dando a oportunidade aos espectadores aplaudirem de maneira eufórica. A luz expõe de centímetros em centímetros rostos conhecidos, sérios, sóbrios, boçais. Aquelas pessoas, gente importante, exibem-se ao público como manequins em vitrines, criando uma atmosfera que os impede de manter qualquer contato. Os desconhecidos em montes distribuem-se quase que uniformemente pela platéia. São os reais financiadores dos boçais ingratos.

O espetáculo começa pedindo a todos silêncio. A concentração é fundamental para uma boa encenação. Os boçais se posicionam como bonecos. São marionetes dos escritores, ou melhor, dos diretores. Seja de pano, de madeira, de metal ou algum outro material, ainda são bonecos. Não possuem emoção própria, apenas encarnam outras pessoas. Pessoas que só existem no papel formato a4.

Qualquer movimento alheio a cena, que está sendo descrita, é recortada do ambiente por algum homem alto trajando um terno preto como uniforme. Ninguém pode impedir os boçais de agirem como bonecos, tampouco de os espectadores como tolos. Os tolos tornam-se patrocinadores com mais facilidade. Não requisitam documentos, assinam o contrato de estupidez sem questionar.

Mas, uma coisa é certa, o espetáculo não pode parar.

Um comentário:

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