09 junho 2012

Vidro

Quando você acha que tem tudo sob controle, alguma coisa parece errada. Você começa a dirigir e enxerga tudo embaçado. Um primeiro, e ingênuo, julgamento diria que é o vidro do carro. Você tinha convicção de que o problema era externo. Até procura solucioná-lo com a troca do limpador de pára-brisas. Mas então, percebe que é a sua visão que não está definindo bem os objetos. Olha para si como quem procura alguma resposta, para alguma pergunta que ainda nem se fez. O momento é delicado. A turbulência interna força os limites da ação e pensamento. Pressiona sua mente à procura de resolução. Você não sabe se deve prestar atenção nos ventos perigosos, providenciar algum calmante para as tempestades, ou ignorá-los fingindo que, na realidade, foi você quem não limpou bem o vidro... 

Um comentário:

  1. Disse para leres caeiro, eu, humildemente acredito que ele diria que o vidro, é vidro e sempre será vidro. Do jeito que é, ele é vidro, embaçado ou não, nada além de vidro. - Não que eu pregue uma estagnação, nem tão pouco ignorância. - Apenas enfatizo o óbvio, pois quando o vidro for alguma coisa diferente, não será vidro, e só. Nem melhor nem pior, apenas vidro, e não-vidro. - O pensar, por mais perturbador e incomodante como o seu, jamais fará do vidro não-vidro e vice-versa. Como o antes citado autor: "O universo não é uma ideia minha. A minha ideia do Universo é que é uma ideia minha. A noite não anoitece pelos meus olhos. A minha ideia da noite é que anoitece por meus olhos. Fora de eu pensar ou de haver quaisquer pensamentos. A noite anoitece concretamente. E o fulgor das estrelas existe como se tivesse peso". (digitei fora de estrofe, porque o poema não aceitou ctrl-c. hihi)

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