12 dezembro 2009

Budapeste

'Deveria ser proibido debochar de quem se aventura em língua estrangeira...'
Assim se inicia o romance de Chico Buarque chamado Budapeste (2003).

Quando decidi voltar a ler livros não-relacionados a Física não imaginei que fosse ser pega por este. Estive algumas horas vasculhando diversos e-books pela internet, pois minha pretensão era ler algumas páginas iniciais e se por ventura me agradasse eu iria juntar 'alguns trocados' e logo o compraria. Então foi desta maneira que encontrei 'Budapeste'...

Tenho uma grande admiração pelas canções do Chico Buarque, o modo como ele as compõe e interpreta foram, de fato, fatores fundamentais para que eu me interessasse pelo seu trabalho. No entanto, eu nunca havia lido nada além do mesmo, pelo menos nada que eu me lembre, mas com certeza se tivesse lido lembraria.

Então, vamos ao que interessa! O autor, Chico Buarque, começa o romance em primeira pessoa, neste caso o nosso protagonista - José Costa. José Costa é um escritor anônimo e gosta de sê-lo - certamente ver outrem recebendo elogios por seus trabalhos é algo que lhe deixa bastante vaidoso. Este ponto em particular foi novidade também para mim, talvez por ingenuidade (quem sabe) nunca quisitei a idéia de escrever para outra pessoa se assumir como criador, mas, é claro, é uma possibilidade que existe e não creio que esteja tão distante...

O livro passa por rápidas mudanças de cenário e isso requer atenção durante a leitura, algumas vezes eu tive que reler para me situar bem na história, um desvio de atenção pode ser o início de um caminho de mal entendidos. Acho até que 'Budapeste' pela sua natureza diferenciada deve ser relido quantas vezes for necessário para se compreender e enxergar melhor o que o autor quer propor ao leitor. Digo isto por experiência própria que ao tentar escrever sobre o livro sinto que uma leitura apenas é tão pouco comparado ao todo, por isso não devo me estender e deixar em aberto os ínfimos detalhes para que um curioso leitor sinta-se instigado a procurar mais.

Para finalizar recorto um comentário em particular do Saramago sobre o livro:

Chico Buarque ousou muito, escreveu cruzando um abismo sobre um arame, e chegou ao outro lado. Ao lado onde se encontram os trabalhos executados com mestria, a da linguagem, a da construção narrativa, a do simples fazer. Não creio enganar-me dizendo que algo novo aconteceu no Brasil com este livro”.

Foto: Filme 'Budapeste', José Costa e Chico Buarque.

Para quem não gosta de ler (triste) ainda existe a opção do filme que também é ótimo! No youtube é possível encontrar o trailer.

Um comentário:

  1. Oi,cheguei até aqui pelas mãos do Abílio Pacheco,pois,tb sou escritora e ele me dá uma "colher de chá",divulgando livros e blogs.
    Falando em livros,gostei muito de Budapeste e o filme foi ótimo tb.
    A idéia de como ensa s se ente um ghostwritter foi genial;eles são como uma espécie de modelo q/pousa o vestido p/q/outros o possuam;
    Gostei de conhecer seu blog,descontraido e alegre;por certo,voltarei. bjs

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