17 fevereiro 2011

O tempo: falsas atribuições.

Current Mood: Realistic
Currend Music: Hey Jude - Ella Fitzgerald
Icon credit: LJ /morgrix

Já houve o tempo em que eu agiria de maneira sensata e rígida. Não quebraria nenhuma sentença feita; ou, muito menos deixaria um verbo transitivo indireto, responder, sem explicação. Algumas pessoas justificam suas mudanças de personalidade pelo tempo. Elas dizem com a boca cheia de satisfação “O tempo faz milagres”. Ora, ora, ora... Certamente, se existe algo que aprendi é que o tempo não faz milagres.

Podem passar dois, três ou dez anos, nada vai mudar se você permanecer o mesmo. Deveriam explicitar o “se” neste famoso ditado. “O tempo faz milagres se...”. Não somente explicitar o “se” como substituir a palavra “milagre” por algo mais concreto. Afinal, resultados são ditos “milagrosos” se não precisarem de uma causa para acontecerem. Milagres são conseqüências do nada.

Você pode até pensar “Ah! Mas alguns anos atrás eu era diferente... o tempo passou e eu mudei”. Tudo bem. Pela nossa concepção mundana de tempo ele nunca para e nunca vai parar. Daí, acabamos atribuindo o fator mudança ao tempo. Entretanto, não foi o tempo que mudou você. Outras coisas mudaram você, o tempo apenas seguiu o seu caminho independente da existência de qualquer pessoa. Se duvidar, faça o teste: fique um ano trancado no seu quarto sem influência qualquer externa ou interna, além do que você já anda acostumado. Um ano vai passar e você nem notará... Simplesmente porque você não vai mudar.

Por fim e enfim. Já houve o tempo em que tomar banho de chuva e chegar molhada em casa me faria sorrir... Fui eu quem mudou ou foi o tempo que passou?

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