13 novembro 2010

Cantar a beleza de ser um eterno aprendiz!

Há momentos em nossa vida que nos faz refletir sobre o verdadeiro sentido da mesma. Somos treinados desde que nascemos a percorrer um caminho seqüencial. As escolhas (ditas mais importantes) que fazemos, são, em sua maioria, relacionadas com o futuro. Estudar hoje para amanhã ter um trabalho digno. Abandonar amores por “não haver futuro”. Essas são as mais comuns.

Poucos dias atrás experimentei a sensação de não saber o que dizer. Fui surpreendida por um colega que se aproximou para desabafar. Precisava de alguém para ouvi-lo por mais que não houvesse resposta. Ele contou-me que havia perdido um amigo. Senti a mente vazia “o que dizer para dor de uma perda?”. Ninguém espera ter de lidar, subitamente, com a morte de um ente querido. Disse, ainda, que havia falado com o amigo no dia anterior pelo telefone, e que ele aparentava cansaço. O rapaz veio a falecer enquanto dormia, parada respiratória. Eu não conhecia o rapaz. Não sou muito próxima deste meu colega, também, mas a situação veio a desencadear uma série de pensamentos em minha mente nos próximos dias.

Não é errado pensar sobre o futuro, afinal, cada um de nós deve sonhar com realizações que por algum motivo não podem ser imediatas. O errado é viver em função de um futuro, e que não é certo. Aliás, qual futuro é?

O intrigante do ser humano é que ele vive como se fosse viver eternamente. Sempre adiando, e adiando. Desde coisas simples como ler um livro, ligar para um amigo, até situações mais complexas como resolver um mal entendido. Todos nós sabemos que somos seres limitados, que nossa existência é finita, mas pouquíssimos de nós realmente conseguem incorporar essa concepção. A morte é uma idéia obscura a qual evitamos pensar. Quantas vezes você já não foi repreendido ao fazer um comentário sobre a morte?

A reflexão da nossa limitada existência não é ruim. Pelo contrário, nos engrandece. Começamos a imaginar o que é prioridade em nossas vidas. Valorizamos o que é importante e descartamos os males que nos corroem por dentro.

Lembro de quando me diziam “faça o que você gosta de fazer ou pelo menos goste do que você faz”. Nosso esforço pode ser em “vão” – estudar algo que não se gosta pela motivação financeira e “futura”. Desperdiçar o presente com inquietações e tornar a própria vida desprezível como se fosse possível reiniciá-la como num jogo de videogame. Reciclar é possível, constituir uma nova maneira de pensar. Mas, reiniciar não. Não há como tocar no tempo vivido - retirar as palavras ditas, as ações cometidas - tampouco no tempo futuro.

O único “tempo” que temos em mãos é aquele presente. No presente é que devemos pensar, e a vida passa a fazer mais sentido quando pensamos no presente. Fazer o que se gosta pelo prazer de estar vivendo a situação.

3 comentários:

  1. Sábias palavras. Vai me fazer refletir, com certeza.

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  2. Exato. E eu vivo esperando morrer amanhã.

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  3. Postagem deve ser refletida toda vez que acordamos pela manhã... Muito bom, Nat! :)

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