Mostrando postagens com marcador Natália Menezes. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Natália Menezes. Mostrar todas as postagens
10 agosto 2011
23 junho 2011
24 fevereiro 2010
Pôster de lançamento do livro Março

No dia 11 de Março de 2010, a partir das 9h, será realizado o primeiro lançamento do livro, na Escola Tenente Rêgo Barros. Para os interessados em adquirir um exemplar, o preço por unidade é de R$ 20,00.
Natália Menezes.
Obs.: Outros possíveis locais para lançamento ainda a serem definidos.
Natália Menezes.
Obs.: Outros possíveis locais para lançamento ainda a serem definidos.
Marcadores:
cartas,
lançamento,
março,
Natália Menezes,
pôster
21 fevereiro 2010
Lamentos
O tecido úmido ocultava as danosas palavras, brancas e inexistentes. Torcendo-se o lençol azul céu claro, gotas escorriam pelos seus pulsos fragilizados. O dilúvio havia passado. Deixou para ela apenas restos - vestígios de destruição. Uma linha delgada se rompia a cada murmuro sem som. As paredes encharcadas cambaleavam, anunciando que em breve despencariam sem piedade. Ela precisava escapar do desabamento. Demorou a se pronunciar, pois olhos estavam presos, fixos na ruína. Feriu-se ao tropeçar nos cacos de vidro da janela fragmentada. Pele rasgada. Seu sangue escorreu, misturou-se com a água suja dando-a um aspecto encardido. Experimentou, então, o ardor de um corte profundo que custou a cicatrizar. Sua pele pálida se confundiu com o vazio do ambiente, mas suas mãos, molhadas de cor vermelha, destacavam-se entre os muitos que passavam por ela sem rumo. Encaravam-na sem cortejo. Pareciam querer-lhe golpear os demais órgãos. Franziu a testa involuntariamente e pode sentir o arder da vista. Suas pálpebras tornaram-se escorregadias, desprendendo ilusões. Torceu pelo término daquele dia. Quis mentir para sua razão, abaixou a cabeça, pôs as mãos no rosto e pendeu com todo o resto.
10 fevereiro 2010
Ilustração Maluca
.jpg)
Não sei de onde surgiu essa idéia... Estava desenhando, para testar um novo programa que baixei (recomendação da Vanessa), e pronto (apareceu). Ficou até engraçadinho...
Marcadores:
baratas,
desenho,
ilustração,
música,
Natália Menezes
03 fevereiro 2010
Dias de Glória - Capítulo 1

Então, eis aqui o link para visualização e download.
Primeiro Capítulo - A Missão
Post Editado: Coloquei uma capa que criei recentemente para deixar o post mais ilustrativo e, consequentemente, mais atrativo também.
30 janeiro 2010
Março: As cartas que nunca enviei

"Arrisco-me a te apresentar algo que talvez já conheças, mas que foi uma novidade para mim..."
Por meio de uma narrativa em primeira pessoa o livro Março: As Cartas que Nunca Enviei conta uma história de amor mais próxima da realidade. A personagem principal escreve cartas destinadas ao homem amado na esperança de entendê-lo, justificando suas ações, relembrando momentos vividos juntos, exibindo seus sonhos e os pensamentos mais profundos.
Sim, por algum tempo estive trabalhando neste projeto pessoal e ainda estou. Afinal não é tão simples escrever, organizar a divulgação, fazer capa etc. Decidi que ficaria longe das editoras por enquanto, até porque é o primeiro livro que escrevo com a intenção de divulgar e creio que seria uma batalha muito difícil para conseguir uma editora nesse primeiro momento. Espero, porém, atrair algum público pela primeira porta que é a "capa" e depois pelo "conteúdo". Se isto acontecer, certamente, ficarei muito contente, pois o mais difícil depois da editora é atrair leitores, já que ultimamente as pessoas tendem a ter mais preguiça para ler seja qualquer coisa. E isso se deve as inúmeras facilidades de nosso tempo. Reconheço também que há quem destine um bom tempo para a leitura, mas vamos concordar que não é a maioria. Portanto, sintam-se a vontade para questionar qualquer tipo de coisa em relação ao livro.
Lançamento previsto para Março de 2010.
Informações:
Livro - Março: As Cartas que Nunca Enviei
Autora - Natália Menezes
Capa - Natália Menezes
Webdesign - Natália Menezes
Webpage: http://nataliamenezes.orgfree.com/marco_ascartasquenuncaenviei/
Comunidade Orkut: http://www.orkut.com.br/Main#Community?cmm=98194772
Sim, por algum tempo estive trabalhando neste projeto pessoal e ainda estou. Afinal não é tão simples escrever, organizar a divulgação, fazer capa etc. Decidi que ficaria longe das editoras por enquanto, até porque é o primeiro livro que escrevo com a intenção de divulgar e creio que seria uma batalha muito difícil para conseguir uma editora nesse primeiro momento. Espero, porém, atrair algum público pela primeira porta que é a "capa" e depois pelo "conteúdo". Se isto acontecer, certamente, ficarei muito contente, pois o mais difícil depois da editora é atrair leitores, já que ultimamente as pessoas tendem a ter mais preguiça para ler seja qualquer coisa. E isso se deve as inúmeras facilidades de nosso tempo. Reconheço também que há quem destine um bom tempo para a leitura, mas vamos concordar que não é a maioria. Portanto, sintam-se a vontade para questionar qualquer tipo de coisa em relação ao livro.
Lançamento previsto para Março de 2010.
Informações:
Livro - Março: As Cartas que Nunca Enviei
Autora - Natália Menezes
Capa - Natália Menezes
Webdesign - Natália Menezes
Webpage: http://nataliamenezes.orgfree.com/marco_
Comunidade Orkut: http://www.orkut.com.br/Main#Community?cmm=98194772
20 janeiro 2010
Quem deixou as luzes acessas?
Insônia é uma coisa realmente desconfortável. Já são dois dias em apenas uma semana... Ou será três? De qualquer modo me conserva, agora, um par de olheiras. A insônia me faz trabalhar de madrugada o que não é de todo ruim já que todos estão aconchegados em seus respectivos sonos, e, portanto, não fazem barulho permitindo que eu me concentre melhor. O ruim mesmo é a sensação de fadiga pela manhã após ‘acordar’ de uma noite mal dormida. Sinto como se meu corpo todo estivesse prestes a desabar como um prédio sem o sustento das vigas. Deito de lado, de bruços e de peito para cima, mas a inquietação é tanta que me sento na cadeira de balanço e ligo a televisão. O filme da madrugada acaba lá para as três ou três e meia. Meus olhos ainda estão ativos, prontos para assimilar qualquer outra coisa que venha aparecer na tela, mesmo que eu já tenha esgotado minha paciência com o último filme que, convenhamos, era uma porcaria. Foi tão fácil prever o final dele quanto o repeteco das novelas em que todos casam, tem filhos e são felizes para sempre e isso sem contar que os vilões milagrosamente se tornam pessoas boas, da água ao vinho sem se tornar vinagre, e ainda bebericam cutucando os tira-gostos na festa de casamento do mocinho e da mocinha. Lamentável essa insônia. Só contribui para que minha mente se encha de idéias absurdas e tristes também. É visto que quando estamos cansados, principalmente na eminência do sono, ficamos um tanto mais sensíveis e pequenas coisas se tornam grandes pensamentos que viajam, sem razão, pelas possibilidades mais trágicas. Apaguem as Luzes! Não suporto mais vagar sem rumo. Quero dormir! Até parece que é teimosia minha ficar acordada altas horas da madrugada enquanto todos estão dormindo. Não fosse por menos, invejo quando observo os demais com uma expressão pura, inocente e, principalmente, descansada, respirando automaticamente livre de qualquer congestionamento de pensamentos. Não vou tomar esse remédio, não. Já basta a quantidade de problemas que eu tenho, não quero me tornar uma viciada em remédios para dormir, calmantes ou sei lá o que. Parei de tomar café à noite quando a insônia se tornou pesada. Mas não creio que o café com leite tenha sido o causador dessa incomoda situação, pois caso fosse eu nunca teria sonos tranqüilos. Pego um livro da prateleira, livro muito bom, leitura gostosa. Meus olhos ardem de cansaço. Fecho o livro. Fecho também os olhos, mas mesmo cansados, fechados, lacrados com durex eles não se apagam. Cinco da manhã mais ou menos. Sei, não porque vi no relógio já que não ouso me levantar, mas porque já enxergo a manhã surgindo, parece que deseja me dar ‘bom dia’ primeiro do que aos demais. Lisonjeada? Nem um pouco. Esse ‘bom dia’ parece ser bastante irônico. Não ria de mim. Eu não riria de você se estivesse preso a um cansaço interminável. Seis, seis e quinze, seis e meia da manhã e já está claro. De manhã o dia parece mais ‘fresco’ do que de madrugada... Agora sim, finalmente! Jogo-me em cima da cama de qualquer jeito, lençol cobrindo parte de meu corpo como se tivesse sido jogado sem a intenção de cobrir, os pensamentos foram embora de uma vez e ouço apenas o ‘tic-tac’ do relógio despertador do lado da cama. Acompanho o ‘tic-tac’ sem noção de tempo e quando o ouço novamente vejo que se passaram seis horas, minha cara está amassada e as olheiras impregnadas debaixo de meus olhos.
- Ao som de Jesus, Alegria dos Homens { Bachianinha nº 1 } - Toquinho e MPB4
17 janeiro 2010
Alice descreve "a paixão de Alice".
No momento em que olhei dentro de seus olhos quase negros minha vista foi se embaçando aos poucos e logo não consegui permanecer com as pálpebras levantadas. Seus braços me envolveram e quando suas mãos seguraram meu rosto com gosto fui tomada por uma longa e profunda respiração que me levantou os pêlos dos pés à cabeça. Insegura, naquele momento abri um pouco os olhos para certificar-me de que ele tinha entrado em sintonia com os meus pensamentos - seus olhos estavam fechados. Observei por alguns segundos a expressão de seu rosto – os traços estavam relaxados – e parecia esperar que eu desse o primeiro passo. Esperava-me sem contar o tempo que passava. A calmaria de seus olhos fechados me dizia que seus pensamentos rondavam à procura dos meus e quando nos encontrássemos já estaríamos em outro momento. Eu sabia exatamente o que fazer, sabia que o tinha em minhas mãos e que desse jeito ele desejava. Minha mocidade, sem muita experiência em relacionamentos, estava assustada. Mas acho que ele notou quando abriu de repente os olhos e fixou-os nos meus. Foi necessário apenas um instante - me perdi. Larguei todos os medos e inseguranças que podia ter até o momento. Senti seus batimentos cada vez mais pesados e freqüentes quando seus braços cobriam meu corpo e aqueciam meu peito. Dancei num breu, acordei num clarão. Quando meus olhos abriram novamente eu sabia - ele sabia - que nada seria, a partir de então, como fora antes.
- Ao som de All of me - Richard Poon.
12 janeiro 2010
Ouvindo Nat King Cole
Em poucos segundos um fio vai tecendo uma linhagem de lençóis indo e vindo como notas musicais que eternamente permanecem em meus sóbrios pensamentos. São estas mesmas notas musicais que de vez em quando se deixam em latência esperando que eu as acorde num instante com um rápido e sutil peteleco. Mas em ocasiões especiais se põem firmemente em minha frente mostrando todo seu poder de invasão. O fio quando inacabado responde amargamente aos meus questionamentos do amanhã que ainda não veio e mesmo assim prefiro que não seja concluído, pois sei que no dia seguinte será o vai e vem novamente... E o vai e vem ou vem e vai sempre me abre o peito deixando as notas escaparem por um córrego por onde sigo com esperança.
And it's only a papermoon...
And it's only a papermoon...
25 dezembro 2009
Minha janela, não.
A minha janela não tinha muito mais do que seis palmos de largura. Era uma janela de vidro que me possibilitava ver o cenário do lado de fora. Vendo de onde eu estava vendo podia-se enxergar três edifícios, duas casas, a cabeça de algumas árvores e uma rua não muito estreita ainda não-asfaltada e com terra seca devido ao incessante sol. O movimento da rua também não era lá essas coisas. Se não fosse pela tonalidade "alegre" do ambiente eu diria que o lugar era deserto. E de alguma forma parecia ser quando a monotonia não era quebrada com a passagem de algum ciclista ou carro pela paisagem que eu andara observando. E para falar a verdade... Nem tinha tanta graça assim. Se eu movimentasse meu corpo o cenário se modificaria aos poucos, dependendo da inclinação eu poderia perder toda a visão do local, ficado às cegas sobre o que poderia ocorrer. Mas ainda sim escrever sobre essa paisagem era a melhor coisa que eu poderia fazer no momento.
21 dezembro 2009
Vomitando palavras
Costumamos viver como se houvesse uma eternidade pela frente. Não faço a mínima idéia de onde surgiu essa comodidade humana de que as coisas podem ser adiadas. Sugiro que a resposta esteja na preguiça, quem sabe no medo ou na falta de noção da própria existência e das cegueiras que o mundo, a mídia, o mundo, provoca.
- É tão bom, não é?
Viver como se fosse imortal, adiando escolhas, adiando tudo simplesmente por não ser a “hora” certa de acontecer.
- E quando é que é? Pode me passar um calendário, por favor?
Como se houvesse uma seqüência lógica para vida e que ela não foge a rotineira e ridícula - isso mesmo, ridícula – idéia de que quem tentar fazer diferente é errado. Para alguns parece ser preocupação demais, mas pensar que somos vulneráveis talvez nos torne mais humanos para tratar os demais e a nós mesmos.
- É tão bom, não é?
Viver como se fosse imortal, adiando escolhas, adiando tudo simplesmente por não ser a “hora” certa de acontecer.
- E quando é que é? Pode me passar um calendário, por favor?
Como se houvesse uma seqüência lógica para vida e que ela não foge a rotineira e ridícula - isso mesmo, ridícula – idéia de que quem tentar fazer diferente é errado. Para alguns parece ser preocupação demais, mas pensar que somos vulneráveis talvez nos torne mais humanos para tratar os demais e a nós mesmos.
Utd - Parte I
Venho algum tempo, poquíssimo tempo, escrevendo o texto abaixo. A história já possui um título provisório, porém, afim de não apressar as coisas resolvir colocá-lo aqui como Utd que seria na verdade "untitled". Não há muitas reviravoltas, nem fortes emoções, até porque é um texto ainda incompleto, mas busco apresentar algumas situações rotineiras de uma garota que por enquanto também permanece sem nome. Enfim, sem mais demoras, gostaria que ao término deixassem comentários, críticas construtivas, se possível...
Utd - PARTE I
Acordei no meio da madrugada com as luzes do corredor já acessas e alguns resmungos de minha mãe que tentava acordar meus dois irmãos, no outro quarto, que ainda queriam permanecer dormindo. O céu ainda escuro me deixava com mais preguiça de levantar, mas sabendo que ela em breve bateria a minha porta não hesitei em pôr-me de pé. Não era a primeira vez que eu presenciava este tipo de situação acontecer, e se não fosse por eu ter vivenciado algo parecido mesmo antes diria que seria aquela estranheza que as pessoas chamam de "déjà vu". Eu já poderia prever quase todas as palavras que minha mãe diria nos segundos seguintes - Você já tomou banho? Comeu? Escovou os dentes? - e eu responderia - Já. Peraí. Já vou. Enquanto isso, meu pai certamente estaria levando as bagagens prontas para a mala afim de adiantar o "serviço" para que não atrasássemos os planos de horários da viagem que pelo que eu já conhecia das anteriores duraria cerca de dois dias, considerando que pararíamos para almoçar e dormir.
Desde que me entendo por gente as viagens costumavam funcionar assim: sempre aquele desnecessário estresse até que todos estivessem estabelecidos em seus assentos e o motor do carro em funcionamento. Naturalmente, eu fazia alguns planos para a viagem. Por vezes estes planos eram de ler algum livro, escrever alguma história ou mesmo só ouvir música. Mas querendo ou não, nenhum deles funcionava cem por cento. Ler era cansativo. Primeiro porque de madrugada era escuro, e segundo porque os balanços do carro e a iluminação do sol na cara geralmente me davam enjôos e eu não conseguia passar do primeiro capítulo. Quem dirá escrever com tantos buracos na estrada que faziam com que o carro ficasse balançando de um lado para outro e ao invés de palavras o que a caneta gravava no papel eram tortos traços o que me faziam perder a paciência e desistir do planejamento. Sendo que todas estas tentativas de fazer passar o tempo mais rápido eram conseqüências do término da carga da bateria do meu aparelho de música, dito "emepetrês". O irônico e até engraçado era pensar que mesmo sabendo de experiências anteriores que não daria certo eu continuava com a mesma tática de fazer o tempo passar rápido, isto é, quando eu não estava dormindo, e acho que esta sim é a mais eficiente forma de não "ver" o tempo passar.
A vantagem de se viajar de carro, saindo de madrugada, era poder ver a cidade dormindo, uma tranqüilidade. Poucos veículos circulando pelas ruas, sinalizações abertas para ultrapassagens, desde que com segurança também, é claro. Muito diferente do que costumamos observar dia-a-dia: horrorosas buzinas "zumzumzando" nos ouvidos, ciclistas na contramão, motoristas de ônibus enlouquecidos - só pode! - jogando o veículo para cima dos carros de menor porte achando que pelo seu tamanho tem o direito de "dominar" as ruas como se fossem de sua exclusividade e sem mencionar aquele calor que por força de expressão faria suar até os cabelos. Para quem apenas conhece as ruas de Belém quando estão adormecidas e nunca presenciou uma cena como esta na vida é capaz de se surpreender ao raiar do dia. Mas morar em Belém tinha suas vantagens. Eu não precisaria acompanhar o noticiário da manhã para saber das previsões do tempo - ou chove todo dia, ou chove o dia todo - o que me fazia sentir dotada de certo conhecimento empírico.
Quando pela segunda vez minha mãe voltou a me perguntar se eu já havia escovado os dentes, eu descia com a mala pelas escadas me apoiando no corrimão. A resposta para mim era óbvia, do contrário eu não estaria descendo com a bagagem fechada. Entretanto, para evitar conflitos num momento de estresse, já dito, desnecessário eu apenas respondi - Sim. Em poucos minutos a mala do carro já estava fechada, pronta, bagagens, isopor com as bebidas e gelo, sacos plásticos contendo os mais variados biscoitos e salgadinhos de pacote.
(...)
Peças
Parto-me em milhares de pedaços, me vêem como um quebra-cabeça incompleto. Aquele ser inútil sem qualquer funcionalidade que nem para ser apreciado serve. Minhas peças faltosas são as mais belas, que expõem exatamente a sincera imagem de minh’alma, que, entretanto, ainda continuam perdidas... Dependo de pequenos destroços de cores homogêneas sem identificação, uma borda obscura de alguém que não sou. E se não sou, os que vêem não enxergam. Aquele raio luminoso esqueceu-se de passar por mim, e se passou, não exatamente passou também. Provavelmente, perdeu-se em meio às peças perdidas, talvez a procura delas, mas nunca me encontrou. Meus dias, esquecidos em qualquer manhã ou noite, permanecem em pedaços incompletos de um grande jogo sem claros objetivos. Não mais aguardo, aguardei, me guardo para preservar ainda os pequenos pedaços de mim, pois não desejo seu fim - mofado em algum canto, desconhecido, fechado e úmido. Muitas já se incharam de chuvas... Muitas morreram. As secas... São elas chamadas de arranhadas, ímpares, e são, principalmente, as resistentes... As belas, que dirá delas... Seu encaixe perdido só será visto quando à sua procura forem realmente.
13 dezembro 2009
Tarde de Domingo
Consumo estes amargos minutos adocicados externamente com chocolate escrevendo por tantos outros que já se foram intimamente almejando que depois as mesmas palavras esculpidas sejam gravadas num eu inconsciente ausente de lágrimas e dor e que lá fiquem pela eternidade.Sabe que escrever com fone de ouvido é como se a música estivesse dentro da mente...
12 dezembro 2009
Sete dígitos
Pedalar é como desobstruir um caminho vazio rumo às portas de um colossal mundo de idéias. Pedalar é muito mais do que uma simples ação mecânica dos músculos. É descobrir-se diante de um eu que não se conhece. Assim foi que minhas férias começaram... Como os meus vizinhos preguiçosos que só levantam de manhã para buscar o jornal do dia, eu perdia grande parte do dia deitada em cima da cama, afinal, tinha feito enorme ‘esforço’ durante o ano inteiro para me dedicar a alguns dias de ócio. Os primeiros dias eram maravilhosos. Passava as manhãs, tardes e possivelmente as noites também, com o controle remoto em mãos que me permitia com curtos movimentos alterar objetivamente a imagem projetada na tela que eu gostaria de enxergar. No último natal eu havia comprado uma televisão digna de se assistir filmes com a mesma emoção do cinema, era como se eu estivesse em tempo real no mesmo ambiente que os atores, além do fantástico som que ela emitia – só faltava ela conversar comigo – assim eu brincava. Normalmente eu já estava fazendo propaganda do produto quando meus familiares apareciam eventualmente para me visitar. Depois da primeira semana, a televisão já se tornara algo obsoleto para meus olhos, apesar da variedade de filmes, seriados e noticiários - chega uma hora que tudo isso cansa. Mas se não fosse a minha enorme falta do que fazer talvez eu não tivesse visto um comercial que certamente faria diferença dias mais tarde. “Venha participar da corrida de bicicletas...”, neste momento meus olhos estavam dispersos, pensando no que teria para o almoço já que a inércia era muita para me fazer levantar e preparar algo gostoso, então decidi que pediria a comida pelo telefone, domingo, muitos restaurantes abertos e principalmente com entrega grátis acima de um valor x. Talvez fosse até mais prático pedir comida para a semana inteira, mas seria abusar demais do meu cartão de crédito que já estava no limite do vermelho devido a compras que eu tinha feito dois meses atrás em uma inesperada viagem a casa de uns amigos. Quando voltei a atenção ao comercial vi apenas uma imagem da corrida de bicicletas do ano anterior, pessoas suadérrimas com roupas enumeradas pedalando em direção a uma linha amarela, e um número extremamente atraente que por sinal era o valor do prêmio do vencedor da corrida. Se não fosse por este número de sete dígitos, uma potência de seis, eu teria esquecido o comercial em poucos segundos, mas o locutor continuava insistentemente a comentar o valor “um milhão de dinheiros” – a parte dinheiros fui eu, só para enfatizar que o prêmio era em dinheiro quando liguei para minha mãe avisando que eu não iria passar o final de semana em sua casa porque precisava urgentemente aprender a andar de bicicleta. O que me fazia parecer uma criança perdida, já que na minha infância eu sempre inventara desculpas, das mais fajutas até, para evitar colocar os pés num pedal. Não me recordo direito porque eu negava a palavra bicicleta com tanta força, mas estou quase certa de que foi por histórias que me contavam sobre acidentes horríveis, cabulosos, tenebrosos envolvendo o veículo de duas rodas. Quem sabe ainda existisse esperança para mim? Entretanto, disposição para aprender, hoje, não me faltava e ainda mais com aquela motivação em particular de sete dígitos de dinheiros que me possibilitaria transferir os débitos do meu cartão que estava quase no vermelho para o verde. E como dinheiro nunca é problema, se visse a calhar mais alguns tostões para apreciar um pouco mais dessa vida eu o faria evidentemente.
06 dezembro 2009
Prenda-me a atenção.
"Venha conhecer o mundo: amor, paixão, alegria e suor purpurinado (...)"
Assim dizia o palhaço tentando atrair o público ao seu estabelecimento empobrecido de beleza mas cheio de vigor. O tempo que me era preciso não foi motivo suficiente para que eu ignorasse o anúncio caloroso e continuasse a caminhar em direção as minhas cotidianas e corriqueiras atividades.
Num primeiro momento não compreendi o que aquele pobre homem buscava - certamente não teria êxito - pensei. As pessoas não pareciam se importar com as chamadas, continuavam a seguir seus caminhos como se fossem surdas. Talvez aquele movimento fosse tão comum que não atraía mesmo a atenção de mais ninguém.
Era notável o olhar do pobre homem tentando encontrar forças para continuar sorrindo... Apesar da minha sensível percepção de alguns comportamentos, jamais eu poderia sentir o que aquele senhor sentia. Suas experiências de vida eram bem diferentes das minhas, é claro, e provavelmente por trás de toda aquela maquiagem colorida havia rugas e um olhar preto e branco do mundo...
É possível também que eu estivesse errada, quem sabe? Nunca tive a coragem de me aproximar dele e perguntar sobre o real motivo de tudo aquilo, toda aquela alegria forçada se eu mesma não conseguia enxergar mobilização externa nenhuma.
Apenas sei que os cinco longos minutos que fiquei observando atentamente o suor purpurinado escorrendo pelo rosto do pobre homem alimentando um sorriso persistente me fizeram crer que cada vez mais somos pontos disassociados, distantes, distintos que não se misturam que não vivem, apenas sobrevivem a uma falsa realidade esquecendo o que é mais importante da vida, não um jogo de interesses ou corriqueiras situações de engrandecimento egoísta e mesquinho, mas sorrisos sinceros e ainda mais um olhar diferente reflexivo e com esperança...
Num primeiro momento não compreendi o que aquele pobre homem buscava - certamente não teria êxito - pensei. As pessoas não pareciam se importar com as chamadas, continuavam a seguir seus caminhos como se fossem surdas. Talvez aquele movimento fosse tão comum que não atraía mesmo a atenção de mais ninguém.
Era notável o olhar do pobre homem tentando encontrar forças para continuar sorrindo... Apesar da minha sensível percepção de alguns comportamentos, jamais eu poderia sentir o que aquele senhor sentia. Suas experiências de vida eram bem diferentes das minhas, é claro, e provavelmente por trás de toda aquela maquiagem colorida havia rugas e um olhar preto e branco do mundo...
É possível também que eu estivesse errada, quem sabe? Nunca tive a coragem de me aproximar dele e perguntar sobre o real motivo de tudo aquilo, toda aquela alegria forçada se eu mesma não conseguia enxergar mobilização externa nenhuma.
Apenas sei que os cinco longos minutos que fiquei observando atentamente o suor purpurinado escorrendo pelo rosto do pobre homem alimentando um sorriso persistente me fizeram crer que cada vez mais somos pontos disassociados, distantes, distintos que não se misturam que não vivem, apenas sobrevivem a uma falsa realidade esquecendo o que é mais importante da vida, não um jogo de interesses ou corriqueiras situações de engrandecimento egoísta e mesquinho, mas sorrisos sinceros e ainda mais um olhar diferente reflexivo e com esperança...
22 novembro 2009
Retrato - Fernando Anitelli
Depois de muito tempo fazendo apenas desenhos digitais voltei aos meus amados lápis grafite e produzi de pois de 6h árduas (risos, mas é verdade) um retrato do Fernando Anitelli de O Teatro Mágico. Até hoje acho que foi um de meus melhores trabalhos, tenho evoluído gradualmente, ainda bem.
Marcadores:
desenho,
Fernando Anitelli,
Natália Menezes,
teatro mágico
10 novembro 2009
Ilustração ou Tentativa.

Estamos novamente nos aproximando do Natal e este desenho foi uma tentativa de ilustrar um poema de um amigo, demorou um tempo considerável para fazê-lo, talvez não tenha sido exatamente o que o mesmo procurava, porém no final de contas gostei de fazê-lo.
Depois eu tento fazer algo melhor... quando estiver com mais tempo.
♫♪ Ao som de Toquinho e MPB-4 ~ Roda Viva.
(Nem sei mais quantas versões possuo desta música)
Depois eu tento fazer algo melhor... quando estiver com mais tempo.
♫♪ Ao som de Toquinho e MPB-4 ~ Roda Viva.
(Nem sei mais quantas versões possuo desta música)
09 novembro 2009
FORTRAN
Program nmsc
open (unit=10,file='nmsc.txt',status='new')
write (10,*) 'Natalia'
write (10,*) 'Ainda nao ta funcionando...'
End
open (unit=10,file='nmsc.txt',status='new')
write (10,*) 'Natalia'
write (10,*) 'Ainda nao ta funcionando...'
End
Assinar:
Postagens (Atom)
Quem sou?
Tem dias que eu queria nunca ter parado de escrever. Quando eu vejo meu blog inativo for tanto tempo eu penso o quão distante eu estive de m...
-
Tem dias que eu queria nunca ter parado de escrever. Quando eu vejo meu blog inativo for tanto tempo eu penso o quão distante eu estive de m...
-
Current Mood: Productive Current Music: No line on the horizon - U2 Icon credit: LJ /untasted Everybody must have heard once that action...
-
Você gosta de vampiros ? Gosta de histórias de ficção científica? Por que não juntar as duas coisas, certo? Isso é o que a série da FX The...